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Autor Tópico: Erich Hartmann e a importância dos alas  (Lida 4865 vezes)

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Erich Hartmann e a importância dos alas
« Online: Janeiro 25, 2011, 08:56:48 am »
Como ultimamente muito vem se falando sobre o voo com alas e a importância do mesmo ser feito de maneira correta e com eficácia resolvi postar uma matéria sobre Erich Hartmann, piloto alemão que atuou na 2ª Grande Guerra e que iniciou sua carreira como ala para mais tarde se tornar um dos maiores ases da história, somando no final da guerra 352 vitórias.



              




"De todas as minhas realizações que eu possa ter alcançado durante a guerra, a que mais me orgulha é o fato de que nunca perdi um ala. Minha opinião era que nenhuma vitória valia o preço da vida de um ala. . . . Pilotos em minha unidade que perderam seus alas foram proibidos de conduzir um elemento e passaram a voar de novo como ala".
Erich 'Bubi' Hartmann

Por causa de sua extraordinária habilidade pilotando um Messerschimitt 109 com o nariz pintado de preto, os soviéticos apelidaram Erich Hartmann de Cherniye Chort ou Diabo Preto, um contraste a seu codinome de chamada no rádio, Karaya One ou Coração Doce Um, e davam um prêmio de 10 mil rubros para que conseguisse abatê-lo.
Ele chegou ao front leste parecendo muito mais jovem do que seus 20 anos de idade, e por isso Walter Krupinski (197 vitórias) o apelidou de Bubi, que quer dizer garoto. Krupinsky era do tipo de piloto que não saía da frente de uma cerveja em suas horas de folga, e Hartmann foi obrigado a ser seu Kacmarek (ala), mas também foi ele quem ensinou Hartmann a só atirar quando estivesse muito próximo de seu adversário. Muitos anos depois do fim da guerra, Hartmann descreveu suas habilidades, lapidadas pelo treinamento sob as ordens de Krupinsky, Rossmann e outros ases:

Eu nunca dei muita atenção ao combate aéreo. Eu nunca combateria os russos em um dogfight. Surpresa era minha tática. Suba o máximo que puder, e se possível, ataque pelo Sol ... noventa porcento de meus ataques foram ataques de surpresa. Se obtivesse sucesso, daria um tempo e observaria a área de novo.

Encontrar o inimigo depende apenas de se estar aonde a ação está acontecendo e numa boa percepção visual da área. As estações de terra nos chamam pelo rádio e dão a posição dos inimigos utilizando um sistema de coordenadas de nossos mapas. Assim podemos procurar na direção correta e escolher a melhor altitude para o ataque. Se o céu estiver emcoberto, prefiro atacar com toda a potência, por baixo e do lado do Sol, porque assim você pode vislumbar o inimigo de muito longe contra a nuvem branca. Quem vê o outro primeiro tem 50% de chance de obter a vitória.

A segunda parte de minha tática é o ponto de tomada de decisão. Isto é, você vê o inimigo e ataca imediatamente, ou espera obter uma melhor vantagem ou manobra na tentativa de obter uma melhor posição ou finalmente decide não atacar. Por exemplo, se você tem que atacar o inimigo contra o Sol, se você não tem vantagem da altitude, se o inimigo esta voando fora das nuvens, mantenha-o sob controle longe o suficiente de modo que você possa modificar sua posição relativa ao Sol ou às nuvens, e mergulhe para trocar altitude por velocidade. Só então ataque. Não importa se é uma aeronave solitária ou um grupo de aeronaves em formação. O importante é destruir a aeronave inimiga. Manobre rapida e agressivamente, atire de perto, o mais perto possível, de modo a garantir que seus obuses atinjiram o inimigo, sem desperdiçar munição. Eu falo a meus comandados: Só atire quando a aeronave inimiga preencher toda a sua visão!!!

Finalmente, abandone a área. Se você atirar e sair, pense em sobreviver. Observe sempre ás "seis horas". Livre-se dos potenciais atacantes, ou descubra um novo ponto para reengajar no combate, mas só o faça de novo se você tiver alguma vantagem.

Por causa disto, Erich Hartmann, o maior ás da caça de toda a 2ª Guerra Mundial, era um enigma. Quieto e de pouco falar, faltou a ele a resplandecência da maioria ases da caça, mas em apenas dois anos e meio de combate - entre outubro de 1942 e maio de 1945 - este modesto herói acumulou um total de 352 vitórias, quebrando todos os recordes, chegou ao posto de comandante do Gruppe Nº 1, que pertencia a mais bem sucedida unidade de caça da Luftwaffe, a Jagdgeschwader 52, e ganhou a mais desejada de todas as medalhas militares alemã: a Cruz de Ferro no grau de Cavaleiro com Folhas de Carvalho, Espadas e Diamantes.

O segredo do sucesso de Hartmann está sumarizado no seu conselho aos jovens pilotos: "Voe com sua cabeça, não com seus músculos". Qualificando o combate aéreo tradicional, com manobras, curvas apertadas etc... como perda de tempo e de munição, ele prefiria atacar suas vítimas de surpresa. Chegava perto delas sem ser percebido e as atacava pelo seu ponto cego, de tão próximo, que um piloto menos qualificado colidiria com seu adversário, mas Hartmann possuía um dom tão natural que conseguia desviar do choque nos últimos metros. Em boa parte de suas 1 425 missões de guerra , ele não recebeu um só tiro, embora tenha sido obrigado a aterrissagens forçadas 16 vezes, a maioria delas causadas pelos estilhaços produzidos pelo avião de sua vítima.

Os soviéticos rapidamente aprenderam a respeitá-lo. Do mesmo modo que os outros aviões do Esquadrão Sweeheart da Jagdgeschwader 52, seu Me-109 tinha pintado na fuselagem um coração transpassado por uma flecha, mas o de Hartmann tinha uma pintura distinta, que era o nariz pintado de preto, parecendo uma tulipa.

Com sua fama rapidamente crescendo entre os soviéticos, toda vez que eles avistavam um Me-109 com nariz negro, eles fugiam do combate, e logo Hartmann teve que retirar essa pintura particular de seu avião, voltando ao anonimato. Mas a chamada pelo rádio Karaya One, era bem conhecida pelos russos, e isso ele não podia esconder, tambám assustava os russos, que evitavam o combate.

Os ases da caça são ditos sem medo, mas isso está longe da verdade. Em seu primeiro combate, Ernst Udet, em seu livro (Minha vida e Meus Voos), diz que congelou de medo e ficou incapaz de combater, mas mesmo assim ao final da 1ª Guerra Mundial era um dos ases alemães com 62 vitórias. Do mesmo modo que Udet, o primeiro combate de Hartmann em outubro de 1942, foi quase um desastre. Voando como ala de Edmund Rossmann (93 vitórias), ele entrou em pânico, confundiu o avião de Rossmann como sendo um caça russo e fugiu. Terminou a misão sem combustível, tendo que realizar pouso forçado longe de sua base. Essa humilhante experiência essinou muito a Hartmann a controlar seu medo.

Hartmann sabia que tinha de melhorar seu desempenho e nos meses seguintes passou a voar com os ases de seu esquadrão, observando suas técnicas de vôo e de combate e eventualmente desenvolvendo suas próprias. Treinou muito conseguir se aproximar de seus adversários até uma distância de 50 metros antes de atirar, e isso embora fosse uma manobra arriscada, tornou-se sua marca registrada.

Após 91 missões sem abater nenhum avião, conseguiu sua primeira vitória no dia 9 de novembro de 1942, e logo sua estatística começou a crescer. No final de agosto de 1943, já havia derrubado 90 aeronaves inimigas, e no final de outubro alcançava a marca de 148 vitórias.

Quando condecorado com a Cruz de Ferro no grau de Cavaleiro com Folhas de Carvalho, Espadas e Diamantes, Hitler o avisou que ele era muito importante para continuar a arriscar sua vida em combate e o transferiu para uma unidade especial que estava testando uma nova aeronave, o Me 262. Hartmann acreditava que seus serviços poderiam ser melhor utilizados na cobertura da retirada do Exército Alemão da Rússia, e foi capaz de convencer Göring a cancelar essas ordens. Göring concordou e logo Hartmann tornou-se comandante do Gruppe Nº 1 da Jagdgeschwader 52. Liderando seus pilotos na defesa final da retirada do Exército Alemão, ele chegou a um total de 352 vitórias.

Quando a Alemanha capitulou em 8 de maio de 1945, Hartmann se entregou aos americanos. Mais tarde foi entregue aos russos, onde passou 10 anos num campo de concentração russo. Ele recebeu um convite para se juntar à Força Aérea da antiga República Democrática Alemã, mas recusou, e por isso foi sentenciado a 25 anos de trabalhos forçados. Em 1955, a República Federal Alemã consegiu sua libertação, e Hartmann retornou para casa como herói. Três anos depois, foi escolhido para comandar o primeiro grupo de caças à jato da nova Luftwaffe. Esteve várias vezes nos Estados Unidos, treinando nos novos caças à jato, enquanto compartilhava sua experiência de guerra com os jovens pilotos americanos.

O score de Erich Hartmann nunca será alcançado, pois hoje em dia, poucas são as forças aéreas que possuem 352 aeronaves a serem abatidas por um único piloto de caça!!!
« Última modificação: Janeiro 25, 2011, 09:16:29 am por Specialist »


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Re: Erich Hartmann e a importância dos alas
« Resposta #1 Online: Janeiro 25, 2011, 09:36:46 am »
hehehe.... Specialist tá "na pilha" ... muito legal.
Se aliste logo rapaz, pra ficar falando do Hartmann no TS... sempre tem um Hartmann online de BF.
Tu vai se amarrar....

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Re: Erich Hartmann e a importância dos alas
« Resposta #2 Online: Janeiro 25, 2011, 09:43:13 am »
Hehe!
Vou sim só queria uma ajuda pra resolver o problema no Hyperlobby que citei no outro tópico, logo logo que resolver isso estarei voando com vocês!  ^_^


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Re: Erich Hartmann e a importância dos alas
« Resposta #3 Online: Janeiro 25, 2011, 10:33:02 am »
Specialist, entenda.
A forma mais facil de resolvermos os seus problemas nao é pelo forum, e sim pelo TS. A vida no TS é mais ativa q no forum..rs
Qual seu receio?

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Re: Erich Hartmann e a importância dos alas
« Resposta #4 Online: Janeiro 25, 2011, 10:49:14 am »
Nenhum rs, é pq como citei no outro tópico também, estava tendo preblemas no TS também, por causa do Windows 7.

Estou tentando ajustar as configurações pra fazer ele funcionar no 7. Instalei tudo no XP também para ganhar tempo mas o problema do Hyperlobby permanece mesmo no XP.

A minha internet está muito instável e está fora do ar há 48hrs, acredito que ainda devido as chuvas na região serrana e só entro no forum aqui do meu trabalho, mas assim que voltar a conexão lá em casa vou entrar no TS pra gente se comunicar melhor.
« Última modificação: Janeiro 25, 2011, 11:03:44 am por Specialist »


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Re: Erich Hartmann e a importância dos alas
« Resposta #5 Online: Janeiro 25, 2011, 12:31:49 pm »
É sempre bom ler um tópico falando da simplicidade da "Dicta" do Hartmann...

Tento me pautar quando possível por ela: atacar sem ser visto, pegando o adversário de surpresa. Funciona em uma arena MP "full real" do IL-2 exatamente da mesma forma que na WWII, se você for inteligente.

O Lopes um dia voou na minha ala em uma missão na Normandia e viu bem como é relativamente simples "espreitar" algum alemão em voo solitário... Mas vale também a "surpresa" mesmo em um furball, ainda mais quando é um furball de "bando", onde não há comunicação e os inimigos "acham" que estão cobertos.

O Hartmann era um cara que nunca entraria em um combate de B&Z com um Spitfire, La, etc, por exemplo, nem em qualquer dogfight. Eu não me canso de dizer que dogfight não é o caminho, só em ocasiões onde você SABE que tem uma vantagem GRANDE sobre o adversário. E como eu sempre tenho a abordagem de pensar que meu inimigo é um ás que tira tudo do avião e eu sou um prego, seria mais prudente ainda se só tivesse uma vida virtual.

Seria bom que todos lessem este tipo de material postado pelo Specialist e entendessem que as coisas primordiais no sucesso em um combate aéreo são a noção da situação, ver primeiro o adversário, manobrar ANTES do combate, não entrar em dogfights desnecessários e perder a noção da situação, e atirar de forma precisa e próxima, em um adversário sem energia para manobrar ou sem te ver.

Cada um que aprende isto se torna bem mais letal. E pode voar alto, baixo, com uma aeronave pior: se você contar com o fator surpresa, pode tirar aquele 0,005% onde sua aeronave é melhor que a dos adversário.

Mas vou deixar aqui algo que modificou um pouco como ataco, siga quem achar que vale: quando me posiciono nas seis de um inimigo sem energia ou desatento, reduzo minha velocidade até ter capacidade de enchê-lo de tiro, pois acho isto imensamente mais eficiente que perder meu tempo "mantendo o máximo de energia" e gastar tempo com múltiplos passes. O Hartmann fazia assim, meu "espelho" ao menos em gastar BEM sua munição era o "top"! Mantenho só a velocidade necessária para manter minha vantagem mas que possa atirar MUITO no cara na primeira passada, mirando sem afobação.

Mas aí é o "tempero" de cada um... hehehe! Ótimo texto este!