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Autor Tópico: Bombas de queda livre, ou bombas burras.  (Lida 7180 vezes)

Offline =FN=Caveirao

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Bombas de queda livre, ou bombas burras.
« Online: Janeiro 31, 2009, 01:53:41 am »
Bombas de queda livre, as chamadas bombas burras.

    As bombas de queda livre começaram sua “vida” na aviação militar praticamente  junto com esta, no nascimento da arma aérea como forma de artilharia aeroembarcada. A técnica de lançamento era nada mais nada menos do que o arremesso de pequenas bombas por um tripulante normalmente numa cabina trás do piloto. Como era de se esperar, a precisão era para lá de ruim, ou, para aumentar essa precisão de lançamento, os bombardeadores teriam de descer próximo a seus alvos, expondo-se ao fogo de todo tipo de armas.

    Com a evolução dos aviões, aumento progressivo da velocidade, aumento da carga útil e outros parâmetros de vôo, o lançamento literalmente manual deixou de ser viável, além do fato das armas anti-aéreas evoluíram junto, tornado o vôo baixo e lento um enorme risco.

    Para contornar essa nova realidade e continuar o uso do avião como vetor para lançamento de bombas sobre alvos terrestres, vários e vários estudos foram realizados sobre o comportamento de projéteis em vôo, no caso, as próprias bombas. Estabeleceram-se fórmulas e parâmetros de lançamento e assim, foi possível normatizar o lançamento destas armas, através de mergulho ou vôo nivelado.
    Primitivos computadores mecânicos foram desenvolvidos e instalados em bombardeiros dedicados a esta função, tornando o lançamento mais fácil e mais preciso que o método nada científico do lançamento manual.

    Assim, ao irromper a segunda guerra mundial, a arma aérea como vetor de bombas já tinha doutrina e tecnologia suficientes para torná-la uma arma extremamente poderosa, inclusive com uso estratégico. Desta forma, os comandantes militares e planejadores fizeram largo uso deste sistema de armas. A escala de destruição alcançou níveis jamais imaginados, tornando a guerra uma devastação sem precedentes na história humana. Cidades inteiras forram varridas do mapa, milhões de pessoas mortas e mutiladas, países inteiros tiveram sua infra-estrutura devastada.
   Mesmo na arena naval, a arma aérea mudou radicalmente os conceitos estabelecidos, tornando os antes poderosos encouraçados e seus imensos canhões, uma arma pouco efetiva ou sem utilidade contra uma força munida de porta-aviões.

    Mas havia um preço a pagar, e neste caso eram vidas e valores. Durante a II-GM, calculou-se que em média, eram necessárias cerca de 100 bombas postas num alvo para que apenas uma acertasse este mesmo alvo, causando imensos danos colaterais e elevando o custo das missões, pois eram necessários muitos bombardeiros para se destruir um alvo, chegando a haver durante a II-GM missões em que se utilizaram mil aviões. Deste modo, uma grande quantidade homens e aparelhos era exposta à ação da  AAAer, e como era de se esperar, o custo em vidas e equipamentos era alto para se destruir um dado alvo.

   Com o passar do tempo, a eletrônica evoluiu e  surgiram os primeiros computadores eletrônicos, muito mais rápidos e precisos que os sistemas mecânicos. Em pouco tempo, estes instrumentos estavam sendo também utilizados para se realizar complexos cálculos de lançamento de armas, e as nossas velhas conhecidas bombas burras não ficaram de fora deste aperfeiçoamento.
    Com a nova tecnologia tornou-se possível avaliar, ao mesmo tempo, a imensa quantidade de variáveis presentes no lançamento de um projétil de um vetor em movimento. Dados como velocidade, ângulo de mergulho, desempenho aerodinâmico da bomba, altitude e tantos outros foram inseridos nos computadores de tiro, resultando num extraordinário incremento na precisão de lançamento destas armas, além de simplificar o trabalho dos pilotos.
    Como conseqüência desta melhoria, tornaram-se desnecessários os grandes bombardeiros na vasta maioria das missões, pois que agora com muito menos bombas se atingia o resultado para o qual anteriormente se precisava de muitas delas.
    Tornou-se corriqueira a visão de caças à jato efetuando bombardeios dos mais diversos tipos, tanto em tipo de arma utilizada, como em tipo de alvo a ser atingido.

    Como dito, o advento dos computadores eletrônicos trouxe enorme avanço na precisão de lançamento de todo tipo de bomba burra, desde as de queda livre até as frenadas por pára-quedas ou aletas traseiras.

    Atualmente com a miniaturização dos componentes e o espantoso desenvolvimento da capacidade de processamento e memória dos chips eletrônicos, os sistemas de lançamento de armas estão alcançando níveis de precisão nunca antes imaginados, descontados é claro fatores externos.

     Os tipos mais comuns de lançamento de bombas são CCIP(continuously calculated impact point / ponto de impacto continuamente calculado) e CCRP(continuously calculated release point / ponto de lançamento continuamente calculado).

    O modo CCIP é normalmente usado no lançamento em mergulho e o CCRP é usado para lançamento nivelado. No modo CCIP, o piloto mergulha e vê o alvo, colocando sobre ele o retículo de mira presente no HUD, aguardando até que o computador libere o lançamento.
    No modo CCRP, o piloto localiza o alvo, faz um breve mergulho apenas para colocar o retículo da mira sobre o alvo e depois nivela, ou sobe novamente. A parti do momento do travamento da posição do alvo, o piloto deverá manter a trajetória indicada no HUD a fim de satisfazer os parâmetros de lançamento das armas.

    Em ambos os modos, quanto mais estável estiver a plataforma no momento do lançamento, melhor será o resultado em termos de precisão. Assim como, quanto mais alto no momento do lançamento, pior o resultado, já que durante o vôo até o alvo a bomba cruzará várias camadas da atmosfera, com diferentes velocidades e direções de vento, cada uma afetando adversamente a trajetória inicialmente calculada.

    Os vários tipos de bombas são especificados para vários tipos de alvos. Bombas de emprego geral como as das séries MK-8xxx e FAB-xxx são usadas contra alvos fixos e não blindados (excetuando impacto direto ou muito próximo), contra construções e tropas desprotegidas, enfim, uma bomba de emprego geral com bons resultados em vários tipos de alvos.
    As bombas de fragmentação ou cluster são bombas que ao serem lançadas e já perto do impacto, abrem-se lançando dezenas ou mesmo centenas de outras pequenas bombas, cobrindo uma grande área com efeitos anti-carro e anti-pessoal. São muito efetivas contra blindados e concentração de tropas. O senão é que exigem lançamento de menores altitudes, expondo o lançador a fogo da AAAer.
    Bombas frenadas são as que possuem dispositivos de frenagem aerodinâmica, permitindo o lançamento desde altitudes muito baixas, dando tempo ao avião lançador de afastar-se antes da explosão. São do tipo emprego geral e apenas viáveis contra alvos não protegidos por AAAer.
    Existe um tipo de bomba frenada de uso muito específico, a bomba anti-pista. Estas possuem um pára-quedas de frenagem que tem por função primária estabelecer uma trajetória perfeitamente perpendicular à pista a ser atacada. Quando isto ocorre (ângulo de descida perpendicular à pista) , o pára-quedas é descartado e um foguete de propulsão é  acionado, acelerando a bomba em direção ao solo, fazendo com que a mesma penetre no concreto/asfalto e detonado sua carga explosiva abaixo da cobertura da pista, criando grandes e profundas crateras.
    As bombas termobáricas ou fuel-air, são bombas que criam enorme efeito de sopro, sendo indicadas para construções, viaturas leves ou pouco blindadas e tropa desprotegida. Na verdade, mesmo a tropa estando em trincheiras, por exemplo,  será incapacitada devido ao fato de que, ao detonar, uma arma termobárica consome todo o ar do local, criando um enorme vácuo temporário que vai colapsar os pulmões da tropa no local, mesmo em abrigos.
    A bomba incendiária tem efeito literal, ou seja, incendiar seus alvos, utilizando uma mistura em forma de gel composto pelo próprio gel e um combustível, geralmente gasolina. Mas são pouco efetivas em termos de sopro e estilhaçamento, seu uso é até mesmo controverso e estuda-se seu banimento por motivos humanitários, por mais que isso soe paradoxal numa guerra.

    Com a evolução da arte da guerra (na verdade já na II-GM) , os níveis de precisão  exigidos nas ações de bombardeio (ou ao menos em algumas delas) tornaram-se cada vez maiores, surgindo então a necessidade das bombas inteligentes. Mas isso fica para outro artigo.


Offline =FN=Caveirao

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Re: Bombas de queda livre, ou bombas burras.
« Resposta #1 Online: Janeiro 31, 2009, 01:54:38 am »
Pessoal, por favor, críticas prá eu melhorar o texto.

Offline Harpalyke

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Re: Bombas de queda livre, ou bombas burras.
« Resposta #2 Online: Fevereiro 01, 2009, 11:58:48 pm »
Está péssimo este texto.
Bora ver né cara?!
Vamos brincar de escrever algo interessante e útil.
É onde minha véi! =p
Muito bom o artigo :)

Offline =FN=Eagle

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Re: Bombas de queda livre, ou bombas burras.
« Resposta #3 Online: Fevereiro 02, 2009, 12:37:29 pm »
Caveirão, o texto está excelente. Parabéns.  ^_^
Podia publicar na página de artigos hein. Seria uma boa.

PS> CCIP = mais adrenalina. Perfeito pra mim heheh

Offline =FN=Caveirao

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Re: Bombas de queda livre, ou bombas burras.
« Resposta #4 Online: Fevereiro 02, 2009, 06:46:06 pm »
Tá bom então pessoal se gostaram, vou pedir ao Moska prá por lá nos fixos.

Obrigado pelas críticas.

Offline =FN=Moska

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Re: Bombas de queda livre, ou bombas burras.
« Resposta #5 Online: Fevereiro 02, 2009, 10:11:13 pm »
Publicado no site.

Abs
=FN=Moska - Comandante Geral - Conselho de Guerra (CG)

Offline =FN=Caveirao

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Re: Bombas de queda livre, ou bombas burras.
« Resposta #6 Online: Fevereiro 03, 2009, 03:41:21 pm »
Obrigado Moska!!!!! ^_^

Offline =FN=Frodo

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Re: Bombas de queda livre, ou bombas burras.
« Resposta #7 Online: Fevereiro 03, 2009, 11:18:23 pm »
Po, ficou muito bom Caveirao!
Grd abraço!

Offline =FN=Caveirao

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Re: Bombas de queda livre, ou bombas burras.
« Resposta #8 Online: Fevereiro 03, 2009, 11:29:39 pm »
Que bom que gostaram, agora tenho que preparar o artigo sobre bombas inteligentes.

Offline =FN=Frodo

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Re: Bombas de queda livre, ou bombas burras.
« Resposta #9 Online: Fevereiro 03, 2009, 11:31:08 pm »
Hehehehe
Mais diversão pra ti haha